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Postado by : Unknown terça-feira, 19 de novembro de 2013



Reuni aqui diversos artigos divulgados sobre este assunto para que as mães possam se orientar sobre a forma correta de compreender e auxiliar seus bebês durante as crises de choro:

1) O choro do seu bebê é indentificável nos primeiros três meses de vida:
A australiana Priscilla Dunstan descodificou o choro dos bebês, através da sua memória fotográfica para os sons. Através da audição do seu próprio bebê começou a perceber que existiam padrões no choro, essencialmente 5, e que mais tarde perceberia que todos os restantes bebês expressam as suas necessidades essencialmente à base destes 5 sons. Posteriormente ela analisou mais de 1.000 bebês e de fato chegou à conclusão de que os 5 sons, independentemente da raça e da cultura, são semelhantes em todos. Ela utilizou esta sua extraordinária capacidade para identificar os principais sons que os bebês fazem quando choram e traduziu-os para as restantes mães. Estes 5 choros seguintes são apenas válidos para recém-nascidos dos 0 aos 3 meses de idade:


Choro nº1: Neh = “tenho fome”
“Neh” é o som que um recém-nascido faz quando sente fome. É baseado no reflexo da sucção, combinado com o choro saindo o som “Neh”. Assim sendo, sempre que escutar este som saberá que está na hora de dar o peito ao seu bebê.

Choro nº2: Owh = “tenho sono”
O som que diz que o bebê está cansado é o “Owh”. Este som é baseado no reflexo de bocejar e este “Owh” pode ser longo e pronunciado. Sempre que ouvir este choro significa que o seu bebê está com sono. Contudo quanto mais cansado estiver um bebê mais difícil se torna adormecê-lo. Outras dicas que poderão comprovar esta suspeita são verificar se adicionalmente o bebê esfrega os olhos e boceja.


Choro nº3: Heh = “sinto desconforto”
O choro “Heh” é usualmente devido ao fato do bebê sentir algum tipo de desconforto. Este som é diferente do “Neh” “tenho sono”, pois neste caso o “h” é mais acentuado. Se ouvir este som no seu recém-nascido é porque provavelmente ele necessita que lhe mude a fralda, ou que o coloque numa nova posição.


Choro nº4: Eairh = “estou com gases”
Quando os bebês têm dores devido aos gases, eles usualmente puxam as pequenas pernas para o peito e fazem o som “Eairh”. Dar uma pequena massagem suave na barriguita do seu bebê na direção dos ponteiros do relógio, poderá ajudar a aliviar a pressão. Deitar o bebê de barriga, em cima do seu antebraço com as pernas pendentes (certifique-se que segura a cabeça do bebê), e passar as mãos nas costas também poderá ajudar.


Choro nº5: Eh = “quero arrotar”
Você irá perceber que o seu bebê necessita de arrotar se conseguir ouvir o “eh” do seu choro. O choro é usualmente curto e repetitivo: “eh”,”eh”,”eh”. Se ouvir este som, coloque o seu bebê de barriga virada para o seu peito com a cabeça no seu ombro e gentilmente massageie as costas.


Mais dicas:
Durante a fase pré-choro, o choro que o bebê faz é mais facilmente identificável, ou seja, antes do choro do bebê ficar histérico. Tente perceber o choro antes do bebê ficar desesperado, e tente agir neste tempo, pois será bem mais fácil;
Se ouvir mais do que um tipo de choro tente perceber qual é o mais dominante e haja de acordo com esse choro;
Se não conseguir perceber o choro do bebê tente mudá-lo de posição, eleve-o e coloque-o ao colo.
Tente perceber se o som que o bebé faz é “N” ou “Neh” e tente perceber esta sbtileza, pois será a grande diferença.

Algumas causas do Choro durante os primeiros seis meses de vida do seu bebê:

1. A HIPERLACTAÇÃO

O que é?
["Entendendo esse processo para as mães que produzem muito leite, haverá a redução do índice de choro na hora das mamadas do seu bebê"]
Às vezes uma mãe produz mais leite do que o bebê precisa, e isso pode tornar as mamadas estressantes e desconfortáveis para o bebê e a mãe. A maioria dos bebês de mães que têm leite em excesso ganham peso mais rápido que o normal. Isso não é um problema, a não ser que haja outras dificuldades por causa do excesso de leite.Alguns bebês cuja mãe tem excesso de leite não mamam o suficiente porque eles têm dificuldades em controlar o forte fluxo e não conseguem se alimentar com facilidade. Quando uma mãe produz mais leite que o necessário podemos observar alguns dos seguintes comportamentos do bebê:

• Bebê chora muito e geralmente é irritadiço ou inquieto;
• Às vezes, o bebê pode sufocar, se asfixiar, cuspir ou tossir durante a mamada;
• O bebê parece querer morder ou pendurar-se no bico do peito durante a mamada;
• O leite jorra quando o bebê larga o peito. Especialmente no começo da mamada;
• A mãe pode ter o bico do peito dolorido;
• O bebê pode se contorcer e às vezes gritar;
• A mamada parece uma batalha, o bebê pega e larga o peito o tempo todo;
• As mamadas podem ter uma duração curta às vezes de 5 ou 10 minutos no total;
• O bebê parece ter uma relação de amor/ódio com o peito;
• O bebê pode arrotar ou ter gases com freqüência entre as mamadas com tendência a regurgitar com frequência;
• O bebê pode ter as fezes verdes, moles ou espumosas;
• O peito da mãe está cheio a maior parte do tempo;
• A mãe pode ter frequentemente os canais obstruídos, que pode se transformar em mastite.

Se alguns destes comportamentos te parecem familiar, pode ser que você tenha uma produção abundante de leite, que pode causar um reflexo de ejeção muito forte e/ou desequilíbrio na produção do leite ralo e do leite gordo. O comportamento descrito acima pode muitas vezes ser diagnosticado como intolerância à lactose, à proteína de leite, refluxo ou hipertonicidade. Felizmente a produção da maioria das mães superprodutoras se equilibra por volta do terceiro mês de aleitamento.

Por que isso acontece?

Existem varias razões para que uma mãe produza leite em excesso. Algumas mães produzem muito leite desde o começo. Em alguns outros casos, a abundância é o resultado de maus conselhos. Isto parece acontecer especialmente se a mãe ordenha uma certa quantidade de leite antes da mamada para relaxar o fluxo, para que a mamada seja mais confortável para o bebê. Isto ajuda no começo, mas termina em um problema crônico. Uma outra causa pode ser de passar ao segundo peito antes que o bebê tenha terminado o primeiro. Isto acontece quando a mãe amamenta um tempo contado em cada peito ou quando ela tenta achar um peito que o bebê aceite melhor. Os seios de algumas mães são muito sensíveis à estimulação, e trocar de lado várias vezes sem antes acabar com o leite de cada um dos peitos pode resultar em uma superprodução de leite nos dois peitos.Problemas de superprodução são geralmente criados por maus conselhos. A mãe pode ter sido aconselhada de dar de mamar por alguns minutos de cada lado do peito ou que o bebê deve mamar dos dois peitos a cada mamada. Para uma mãe com superprodução de leite, o bebe se satisfaz tão rápido em um peito que ela acha que tem que tirá-lo mais cedo de um peito para que ele possa ainda mamar no segundo peito. Ele é então tirado do peito antes de mamar o leite gordo, e se enche com o primeiro leite do segundo peito. Grande quantidade de alimento de baixo teor calórico cria um ciclo vicioso: o ventre do bebê parece inchado e desconfortável por causa da alimentação, e ele ainda tem fome, porque não mamou leite gordo suficiente para se satisfazer. Então o bebê chora para que seja alimentado de novo, e a mãe conclui que ela não esta tendo uma quantidade suficiente de leite para alimentá-lo, pois ele nunca está satisfeito.O primeiro leite tem uma grande quantidade de lactose, um açúcar normal e necessário que em grandes quantidades causa gases e desconforto, frequentemente com fezes espumosas, líquidas ou verdes.

Após um certo tempo, a lactose pode irritar o tecido dos intestinos, causando uma intolerância secundária à lactose e possivelmente pequenos sangramentos nas fezes que podem ser diagnosticados erroneamente como intolerância alimentar. Ajustando o aleitamento para aumentar a quantidade de gordura que o bebe recebe (terminando o peito antes de mudar de lado) geralmente corrige o problema.


Estratégias para abaixar a produção de leite.

Mudar a maneira de amamentar pode reduzir a quantidade de leite produzido e a quantidade de lactose recebida, aumentando ao mesmo tempo a quantidade de gordura produzida. As mães com superprodução produzem quantidade de leite suficiente em cada peito para uma mamada completa. Uma estratégia é alimentar o bebê com um só peito de cada vez. Se o bebê quer mamar de novo duas horas depois, veja como ele reage ao oferecer o mesmo peito de novo. Nas duas horas seguintes ofereça-lhe somente o outro lado. Os peitos devem assim gradualmente moderar a produção de leite, uma vez que este está sendo mamado com menos freqüência.

Se estiver desconfortável com o peito que não esta aleitando antes do momento da troca de lado, tirar ou ordenhar um pouco de leite, somente o suficiente para aliviar o desconforto. Não ordenhe muito, pois isto arriscaria estimular o peito a produzir mais leite. Compressas frias –folhas de repolhos geladas ou um saco de ervilhas congeladas – ajudam a aliviar o desconforto e reduz o inchaço de peitos cheios.

Para verificar se a estratégia de alimentar com um só peito por um período prolongado está funcionando veja se o bebê esta mais calmo e parece satisfeito entre as mamadas, também se as fezes se tornaram menos aguadas e mais amarelas. Também verificar se o bebê se engasga, se asfixia e cospe menos durante as mamadas significa que fluxo de estará mais fraco.

Se achar que o bebê ainda esta tendo dificuldades após 7 dias alimentando-o de um peito de cada vez, aumente o período em que amamenta de um só lado (2 ou 3 mamadas e mesmo mais). Mas é melhor aumentar o período de aleitamento de um só lado devagar e com cuidado, pois alimentando de um só lado por um período muito prolongado pode levar a uma redução de produção muito drástica.

Se depois de tentar estas técnicas, a alimentação não melhorar de maneira significativa, pode ser necessário tomar medidas mais enérgicas para reduzir a produção de leite. Uma conselheira de aleitamento pode te informar e seu médico pode ajudar a gerar sua superprodução com a utilização de medicação e ervas. Em certas situações um tratamento de 4 a 7 dias com um contraceptivo de baixa dose, que contêm estrógeno e progesterona, pode ser usado para reduzir a produção em um nível mais apropriado. Chá de artemísia tem ajudado a reduzir a produção de algumas mães, assim como o uso de pseudoefedrina.

Estratégias para reduzir a força do reflexo de ejeção.

Quando uma mãe produz um grande volume de leite, o reflexo de ejeção pode ser forte. Todo este leite saindo ao mesmo tempo pode ser mais do que um bebê pode engolir. É como se tentar beber água em posição deitada com uma mangueira aberta a fundo. Além de cuspir, engasgar, e tossir quando o leite chega, o bebê pode tentar controlar o leite puxando o peito e pegar só o bico do peito. Ou ele pode simplesmente dar uma pausa esperando que o fluxo se reduza, o que dá uma sensação de “mordida”. O bebê pode também gritar e se contorcer.Existem algumas estratégias que podem ajudar a controlar um reflexo de ejeção muito forte sem aumentar a produção de leite:

A- Colocar o bebê numa posição mais vertical de maneira que a cabeça esteja mais alta que o peito, isto o permitira de controlar melhor as mamadas;

B- Posicione-se de maneira mais recostada com o bebe por cima. Nesta posição o leite tem que subir para sair o que reduzira a força do fluxo;

C- A posição de tesoura com a ponta do peito entre o polegar e o dedo médio, ajuda a reduzir o fluxo;

D- Amamentar o bebê quando ele estiver acordando. Ele vai sugar mais devagar se ele ainda estiver sonolento;

E- Se o bebê começar a cuspir ou engasgar, tire ele do peito e deixe o excesso de leite cair em uma toalha ou pano. Reposicione-o quando a força da ejeção tiver terminado;

F- Amamentar deitada de lado é mais suave, pois o leite flui em posição horizontal sem a força da gravidade e o bebe pode deixar o leite excedente cair no lugar de engolir tudo. Faça de maneira que o peito que amamenta fique contra o colchão e não apontando para baixo aumentando assim a força do fluxo;

G- Alguns bebês sofrem com o reflexo de ejeção muito forte de suas mães mamando só um pouco de cada vez, parando e recomeçando freqüentemente. Isto é bom e permita a ele de ir e vir ao peito conforme for a necessidade dele, se assegurando de oferecer ao seu bebe o mesmo peito a cada corridinha de maneira que ele possa ter o creme no final;

H- Amamentá-lo antes que ele esteja com muita fome vai evitar que ele sugue de maneira muito agressiva, Uma sugada mais forte pode causar um reflexo de ejeção ainda mais forte o que dificultara ainda mais a mamada.

I- Embora a maioria dos bebes aleitados não precisem muito de arrotar, as mães que têm grande quantidade de leite vêem seus bebês engolirem ar durante a mamada e terem gases por causa do excesso de lactose. Arrotar freqüentemente pode minimizar os problemas causados por engolir ar. --Lembre-se de voltar com o bebê ao primeiro peito ao invés de trocá-lo de peito após o arroto.

Resumo


1. Aleitar em um só peito de cada mamada, continuando a oferecer o mesmo lado por pelo menos 2 horas até a próxima mamada completa(Gradualmente aumentar o período de 2 horas em um só peito se necessário);

2. Se o outro peito estiver insuportavelmente cheio antes de chegar a hora de trocar de lado, tirar um pouco de leite para aliviar a pressão;

3. Coloque compressas frias para aliviar o desconforto; 4. Dê de mamar antes que ele esteja afamado para evitar que sugue com força; 5. Tente outras posições de aleitamento(Recostada, deitada de lado);6. Use a posição de tesoura com a ponta do peito entre o polegar e o dedo médio pode ajudar a moderar a força de saída do leite; 7. Se o bebê cuspir ou engasgar tire-o do peito deixe o excesso de leite cair em uma toalha e recoloque-o no mesmo peito uma vez que o fluxo diminuir; 8. Deixar o bebe ir e vir ao peito de acordo com a vontade dele; 9. Faça o bebê arrotar com frequência se ele tem gases.




2. A CRISE DOS TRÊS MESES

[ Muitos especialistas defendem a ideia das crises como fatores fundamentais dos processos de desenvolvimento e amadurecimento dos bebês. E, os bebês precisam de toda a compreensão e atenção de suas mães para que possam atravessar "as crises" de forma positiva]

O que é?

A crise dos 3 meses - Do livro "Mi nino no me come"

Por volta dos dois ou três meses, dizíamos, os bebês já adquiriram tanta prática que podem mamar em apenas cinco ou sete minutos, alguns até em três. Caso ninguém tenha avisado à mãe que isso iria acontecer, se a tiverem enganado com os dez minutos, ela vai pensar que o seu filho não comeu o suficiente, tal como pensou Encarna:

“Tenho uma menina de quatro meses. O meu problema é que não sei se come o suficiente, visto que está apenas três a quatro minutos em cada peito, e tenho medo que seja porque não recebe leite suficiente. Quando tinha dois meses comia uns dez minutos de um peito mais cinco do outro, e aumentava rapidamente; enquanto que agora desceu um pouco nas sua curva de crescimento.Agora noto que os meus peitos não estão tão cheios como antes, que até pingavam.O que me deixa preocupada é que nos primeiros minutos mama com força e rápido, e depois começa a pegar e largar o peito, não estando sossegada. Tenho de ir alternando as mamas e experimentar posições diferentes para que esteja uns dez minutos entre ambos. Pergunto se o faz porque quer mais ou não. Outra situação é que me parece e agora aguenta menos tempo de uma toma para outra, especialmente à noite, que dormia cinco a seis horas seguidas e agora três ou quatro no máximo.O pediatra dela disse-me que eu posso começar dar-lhe leite artificial no biberão, mas eu tentei e não aceita, mesmo que seja outra pessoa a dar.”
Esta mãe explica perfeitamente todos os aspectos da “crise dos três meses”:
1. O bebê que antes mamava em dez minutos ou mais, agora acaba em cinco ou menos;
2. O peito, que antes estava inchado agora está mole;
3. O leite que pingava, já não pinga.
4. O aumento de peso está cada vez mais lento.

Tudo isso é perfeitamente normal. O inchaço do peito nas primeiras semanas tem pouco a ver com a quantidade de leite, é mais uma inflamação passageira quando as mamas começam a trabalhar. O inchaço e as pingas são “problemas de adaptação” e desaparecem quando a amamentação está comodamente estabelecida.E o aumento de peso é cada vez mais lento, é claro. Os bebês engordam cada mês um pouco menos que no mês anterior. Por isso é que as curvas de peso são curvas, senão seriam retas. Entre um mês e dois meses, as meninas que são amamentadas tendem a ganhar pouco mais de 400 gramas a 1,300 kg com uma média de pouco mais de 860 g (passamos por alto o primeiro mês, porque ao haver uma perda e logo uma recuperação de peso, os números são muito variáveis.Se continuassem a aumentar ao mesmo ritmo, em um ano teriam entre 5 kg e mais de 15 kg, com uma média de 10 kg e pouco. De fato, no primeiro ano, as meninas ganham entre 4,5 kg e 6,5 kg, com uma média de 5,5kg. Ou seja, mesmo uma menina que ganhou no primeiro mês 500 g (o que para muitos pode parecer pouco, quando na realidade é normal) chegará a um momento que ainda vai ganhar menos. Os meninos tendem a ser um pouco maiores que as meninas.

Claro que o bebê não queria mamadeiras: não tinha fome. Infelizmente nem todos os bebês mostram este orgulho, e por vezes, principalmente se insistirem muito, aceitam uma mamadeira mesmo sem fome. Não faça o teste, só por acaso!Se alguém tivesse explicado à mãe o que aconteceria, não estaria nem um pouco preocupada. Mas esta mudança a apanhou de surpresa.

Mesmo que fosse surpreendida, se a mãe estivesse segura e confiante na sua capacidade de amamentar, não se teria preocupado. Porque a interpretação mais lógica e razoável para essas alterações seria: “Eu tenho tanto leite que a minha filha com três minutos tem bastante”. Mas o medo do fracasso da amamentação é tão grande na nossa sociedade que, aconteça o que acontecer, a mãe sempre pensará (ou lhe dirão) que não tem leite.

Esta mãe também revela outro mito moderno: que os bebês, com o tempo, “aprendem” a dormir cada vez mais. Na realidade, os bebés passam cada vez mais tempo despertos. É certo que algum dia dormirá mais horas seguidas: por volta dos três ou quatro anos, provavelmente dormirá a noite inteira. Mas dificilmente aos quatro meses. Entre o nascimentos e os quatro meses, a alteração que mais provavelmente observará é que o seu filho vai dormir cada vez menos.

A maioria das crianças mamam várias vezes à noite durante os primeiros anos (que é sempre mais cômodo que dar-lhe uma mamadeira de madrugada, especialmente se o bebê dorme na nossa cama).Esta mãe já começou a obrigar a sua filha a comer. A partir daqui, tudo é em declive. É fácil prever que, a menos que a mãe decida fazer uma mudança radical, a introdução da alimentação complementar será uma luta.
O efeito Vulcão: pular sonecas produz birra, irritação e mais dificuldades de dormir?
O efeito Vulcão- pular sonecas produz birra?

Por que pular uma soneca resulta em birra e extrema irritação?A partir do momento a criança acorda pela manhã ela já começa a consumir os benefícios da noite de sono passada. Ela acorda totalmente restaurada, cheio de energia, mas conforme as horas passam, pouco a pouco, os benefícios do sono da noite passada são esgotados, e um impulso para voltar a dormir começa a existir.Quando pegamos a criança nesse estágio e colocamos para dormir a soneca, fortalecemos os benefícios relacionados ao seu reservatório de sono, permitindo que ela ‘recomece’ após cada período de sono.
Como mostrado nos números abaixo, conforme a maturidade da criança a quantidade de tempo que consegue ficar ‘acordada e feliz’ aumenta.
Um bebê recém nascido só consegue ficar acordado de 1 a 2 horas antes que o cansaço se instale, enquanto que uma criança de 2 anos consegue durar até 7 horas acordada antes de precisar de uma soneca.
Quando crianças são ‘forçadas’ a ficarem acordadas além de suas necessidades biológicas sem uma soneca, elas ficam com fatigua, chorosas e infelizes.Idade e tempo que aguentam acordados e felizes entre sonecas:

Bebês aguentam um breve espaço de tempo acordados e a pressão do sono já chega. Rapidamente alcançam o pico do vulcão, entre 1-3 horas. Por isso é que recém nascidos dormem várias sonecas ao dia e bebês novos requerem 2-4 sonecas diárias.

Confome o tempo os ciclos de sono do bebê ganham uma maturidade e eles são capazes de ficarem acordados mais tempo entre sonecas. Mas não é até 4 ou 5 anos de idade (as vezes mais) que a criança consegue passar o dia todo sem sonecas e feliz.Pesquisas de sono sugerem que até adultos se beneficiariam de uma soneca no meio do dia ou pelo menos uma pausa para descansar seria extremamente benéfica para reduzir a pressão em todos seres humanos.

O efeito vulcânico

Conforme o dia passa e a pressão do sono se instala, a criança fica mais irritada, chorosa e menos flexível, chora com mais frequência, faz birra, tem menos paciência. Ela perde a concentração e habilidade de aprender e absorver novas informações.

O termo científico para esse processo é “pressão de sono homeostática ” ou “tração do sono homeostática” . . . Eu chamo isso de ’O efeito vulcânico’ .Todas nós já vimos esses efeitos no bebê ou na criança, é tão claro como assistir um vulcão entrar em erupção. Quase todo mundo já observou uma criança chorosa e irritada e pensamos ou falamos: “É sono, precisa de uma soneca!”

Conforme o dia passa, suas necessidades biológicas exigem uma pausa na forma de soneca para reparar, refrescar e se ‘reagrupar’. Se o bebê não tira essa soneca o problema se intensifica: os estrondos e tremores se tornam uma explosão mesmo!Sem o descanso da soneca a pressão homeostática continua se acumulando até o final do dia, crescendo e se intensificando- como um vulcão- até que a criança estará completamente exausta, elétrica e incapaz de parar a explosão.

O resultado é uma batalha intensa na hora de dormir com uma criança exausta, ranzinza, ou um bebê que não consegue adormecer- não importando o quão cansado esteja.Pior ainda, uma criança que perde sonecas dia após dia acumula de privação de sono que a põe no estágio do vulcão em erupção mais e mais rapidamente e facilmente.

E se ela está perdendo sonecas E também não tem uma boa qualidade ou quantidade de sono noturno…. cuidado!

O Efeito Vulcânico não é algo que só acontece em crianças não! Esse processo biológico afeta adultos também. Entender isso pode ajudar a interpretar o que realmente está acontecendo em sua casa e no final de um longo dia, quando as crianças estão irritadas e fazendo birras e os pais estão ranzinzas e irritados também- o resultado é uma fileira inteira de vulcões explodindo!!

A pressão de sono pode ser intensificada por problemas do ambiente como: noite de sono passada ruim, déficit de sono prévio e estresses diários. Mais ainda, o estado de espírito de cada pessoa afeta os outros, causando um mal humor contagioso! Então você se verá com pouca paciência com seu filho e lhe dirá “Desculpe meu amor, mamãe está cansada agora.” (Essa é uma explicação frequente que nós geralmente não paramos para analisar!)

O conceito do vulcão ainda traz outra observação importante: Sonecas de qualidade podem compensar por sono noturno perdido- mas tempo extra de sono noturno NÃO compensa sonecas perdidas (devido ao conceito de pressão de sono homeostático).Portanto, não importa se a criança dormiu bem a noite ou não – suas sonecas diárias são importantíssimas para liberar a pressão de sono em ascensão.


O Choro relacionado ao Sono Diurno e Noturno
[Causas]

1. Porque os bebês trocam o Dia pela Noite?
Hoje vamos falar sobre como os ciclos de luz e escuridão afetam o sono dos bebês em idades variadas. Entender como estes ciclos afetam o padrão de sono dos bebês vai ajudar vocês a entenderem outro motivo pelo qual recém-nascidos acordam tanto durante a noite
Nos adultos, o tempo de dormir e despertar é regulado por dois relógios internos: um que responde ao ciclo de luz e escuridão e outro que é baseado na necessidade de sono que se constrói durante o tempo acordado. O relógio que responde ao ciclo de luz e escuridão é localizado no cérebro e usa hormônios para regular a atividade e o sono a cada período de 24 horas. Esse sistema é chamado de ritmo circadiano. Os ritmos circadianos não estão funcionando nos recém-nascidos e essa é uma coisa boa porque eles precisam acordar tanto de dia quanto de noite para serem alimentados e cuidados e assim crescerem bem e permanecerem saudáveis.


Quando o ritmo circadiano se desenvolve: “meu bebê troca o dia pela noite!”
Você deve ter ouvido (ou vivido!) sobre os padrões de sono erráticos dos recém-nascidos. Parece que eles “trocam” o dia pela noite. É verdade! O padrão de sono de um bebê novinho não segue o ciclo de luz e escuridão (desperto durante o dia e adormecido à noite) como os adultos. O padrão de sono dos bebês não começa a seguir esse ciclo antes de umas 6 semanas de vida e ele só se estabelece completamente entre as 12 e 16 semanas de vida. Isso não significa que você deve esperar que eles durmam a noite toda quando tiver 16 semanas. Isso significa que você vai começar a ver um padrão mais claro de estar desperto durante o dia e ciclos mais longos de sono durante a noite quando ele tiver entre 12 e 16 semanas de vida.
Apesar de não haver como apressar esse processo, existem algumas coisas que podem influenciar o quão rápido o bebê desenvolve o ritmo circadiano após as primeiras 6 semanas. O tipo de alimentação (leite materno ou artificial), a luz do ambiente (luzes acesas na casa durante a noite) e o sexo do bebê podem influenciar esse desenvolvimento. Um estudo constatou que bebês amamentados, primeiros filhos e meninas desenvolvem o ritmo circadiano antes de outros bebês (mas ainda havia um leque amplo de 8 a 16 semanas).

Como trabalhar com o ritmo natural do seu bebê

Aqui estão algumas dicas para você trabalhar com (em vez de contra) o ritmo natural do bebê:

Mantenha o cômodo onde seu bebê dorme escuro à noite. Quando o seu bebê acorda à noite, mantenha as luzes baixas ao cuidar de suas necessidades, como fome ou trocas de fralda;
Exponha o seu bebê à luz natural durante o dia;
Siga uma rotina regular de hora de dormir que envolva desacelerar o ritmo à noite, incluindo diminuição de luz e de ruído.


As primeiras 6 semanas do bebê são especialmente desafiadoras: aprender sobre o padrão de dormir e acordar dos bebês pode ajudar a entender porque ele não segue um horário regular. Você vai precisar de ajuda durante esas semanas quando você estiver com déficit de sono e ainda assim precisar cuidar de outras tarefas. O seu bebê vai acabar aprendendo que a noite é para dormir.



2. Porque os bebês não querem ficar sozinhos?

"Onde dormiam os bebês há 100.000 anos? Não existiam casas, nem berços, nem roupa. Certamente que dormiam junto à mãe ou sobre ela, numa cama de folhas improvisada. O pai não devia dormir muito longe, e a tribo inteira permanecia apenas a alguns metros de distância. Só assim conseguiam sobreviver durante o sono, o momento mais vulnerável do dia. Recordação daqueles tempos é o hábito de marido e mulher dormirem juntos e a desolação (por vezes verdadeira insônia  que nós, adultos, costumamos sentir quando uma viagem nos obriga a dormir separados do nosso parceiro habitual. Muitas mães, se o marido dorme fora de casa, «deixam» que os filhos venham para a sua cama e não é fácil dizer qual dos dois encontra mais consolo com a companhia.


Imagine um bebê sozinho, nu, dormindo no chão e ao ar livre, a cinco ou dez metros da mãe durante seis ou oito horas seguidas? Não teria sobrevivido. Tinha de existir um mecanismo para que, também de noite, o bebê permanecesse em contacto continuado com a mãe, e de novo este mecanismo é duplo: a mãe deseja estar com o filho (exatamente, apesar de todos os tabus contra, muitas mães ainda o desejam) e a criança resiste violentamente a dormir sozinha.

Dormir sozinho! O grande objetivo da puericultura do século xx! Como comentamos, uma criança a quem a mãe deixasse sozinha, acordada, no chão, que não protestasse imediatamente e que, ao contrário, adormecesse, dificilmente teria sobrevivido durante mais do que algumas horas. Se alguma vez existiram crianças assim, extinguiram-se há milhões de anos (bem, nem todas. Fala-se de crianças que dormem durante toda a noite, espontânea e voluntariamente. Se a sua é uma dessas raras crianças, não se assuste; certamente que também é normal). Os nossos filhos estão geneticamente preparados para dormir acompanhados.

Para um animal, o sono é um momento de perigo. Os nossos genes impelem-nos a mantermos-nos despertos quando nos sentimos ameaçados e a deixarmos-nos levar pelo sono apenas quando nos sentimos seguros. Sentimos-nos ameaçados num lugar desconhecido, e muitas pessoas têm dificuldade em dormir em hotéis porque «estranham a cama». Custa-nos dormir na ausência do nosso companheiro ou na presença de desconhecidos.

Você precisava de trocar de ônibus numa cidade distante e perdeu a última conexão. São duas da manhã, está tudo fechado e é obrigada a esperar pelo ônibus das seis na estação. Imagine agora várias situações possíveis: a) encontra-se absolutamente sozinha na sala de espera; b) viaja sozinha, mas na sala há uma dezena de pessoas, duas famílias completas, algumas senhoras mais velhas, um grupo de escoteiros; c) na sala encontra-se você e cinco skin heads meio embriagados; d) você viaja na companhia do seu marido e de outros casais amigos. Acha que adormeceria do mesmo modo em cada uma das circunstâncias?

Na noite dos tempos

Naquela tribo, há 100.000 anos, duas mães foram dormir com os filhos. Não sabemos exatamente como o faziam, mas sabemos o que fazem atualmente os chimpanzés: ao cair da noite, cada adulto prepara um leito macio com folhas e ramos e deita-se para dormir. Os chimpanzés não possuem camas de casal, o macho e a fêmea dormem separados (ainda que não muito afastados, é claro; na tribo, todos dormem perto uns dos outros). É claro que a mãe e o filho dormem juntos até que este complete cerca de cinco anos.
À meia-noite, aquelas duas mulheres primatas acordaram; por motivos que desconhecemos, afastaram-se, deixando os filhos no solo. Uma das crianças era daquelas que acordam a cada hora e meia; a outra era das que dormem durante toda a noite, num só sono. Qual das duas você acha que nunca mais acordou? Ou então acordaram ambas ao mesmo tempo, mas uma delas começou a chorar imediatamente e a outra apenas depois de cerca de três horas, quando começou a sentir fome. Qual delas morreu de fome? Uma começou a chorar imediatamente, enquanto a outra permaneceu calada até que o aparecimento de uma hiena a assustou. Qual delas terá a hiena comido? Uma delas, quando começava a chorar, só parava quando a mãe voltava e a acalmava; podia chorar meia hora, uma hora, todo o tempo necessário, até à exaustão. A outra, pelo contrário, chorava durante alguns minutos e, se ninguém aparecia, voltava a adormecer. Qual das duas dormiu para nunca mais despertar?

Adivinhou: os nossos filhos estão geneticamente preparados para acordar periodicamente. Os nossos filhos herdaram os genes dos sobreviventes, dos vencedores da dura luta pela vida.

Não dormem de um só sono, pelo contrário, passam, como os adultos, por vários ciclos de sono durante a noite. A duração de cada ciclo é variável, entre apenas vinte minutos e um pouco mais de duas horas; a duração média vem a ser de hora e meia nos adultos, mas apenas de uma hora nos bebés. Entre cada ciclo, passamos por uma fase de «despertar parcial», que facilmente se torna despertar completo.

Mesmo os especialistas que «ensinam as crianças a dormir» reconhecem esse fato: o objetivo dos seus métodos não é conseguir que a criança não acorde, isso é impossível. O que querem é que, quando acorda, em vez de chamar pelos pais, se mantenha calada até voltar a adormecer.
As crianças «estão de plantão» para se certificarem de que a mãe não se foi embora. Se o bebê consegue cheirar a mãe, tocar-lhe, ouvir a sua respiração, talvez mesmo mamar, volta a adormecer de seguida. Em muitas das vezes, nem a mãe nem o bebê despertam completamente. Mas, se a mãe não está, a criança acorda completamente e começa a chorar. Quanto mais tempo tiver chorado antes que a mãe lhe acuda, mais nervosa estará e também mais difícil de consolar.

Um planeta, dois mundos

Noutras culturas, dormirem todos juntos é praticamente universal (e os problemas de sono durante a infância, em consequência, praticamente desconhecidos). Morelli e os seus colaboradores estudaram em pormenor o comportamento e as opiniões de um grupo de 14 mães guatemaltecas de etnia maia e compararam-nos com os de 18 mães norte-americanas brancas de classe média.

Todas as crianças maias (entre os dois e os vinte e dois meses) dormiam na cama com a mãe, e oito também com o pai. Outros três pais dormiam no mesmo quarto, noutra cama (dois deles com outro filho mais velho) e em três casos o pai estava ausente. Em dez casos havia outro irmão a dormir no mesmo quarto, quatro deles na mesma cama; as outras quatro crianças não dormiam com os irmãos porque eram filhos únicos.

As crianças maias permaneciam com a mãe e mamavam quando queriam até aos dois ou três anos, pouco antes do nascimento de um irmão. Normalmente, as mães não sabiam se o filho mamava durante a noite, porque não acordavam e parecia-lhes que o assunto não tinha importância (pelo contrário, 17 das 18 mães norte-americanas tinham de acordar para alimentar o filho, a maioria durante seis meses, e as 17 afirmaram que as mamadas noturnas eram um aborrecimento).


Entre os maias não existia uma rotina para fazer dormir as crianças. Sete iam dormir ao mesmo tempo que os pais e as outras adormeciam no colo de alguém. As 10 que ainda mamavam adormeciam a mamar. Não se contavam histórias para dormir nem se lhes dava banho antes de se deitarem. Apenas uma das crianças possuía uma boneca com a qual dormia; era a única que não tinha dormido com a mãe desde o nascimento e que tinha passado uns meses a dormir num berço no mesmo quarto, para logo regressar à cama materna.


As mães maias não concebiam que as crianças pudessem dormir de outro modo. Quando se lhes explicava que as crianças norte-americanas dormiam num quarto separado, mostravam surpresa, desaprovação e compaixão. Uma exclamou: «Mas alguém fica com eles, não é verdade?» Partilhar a mesma cama não é uma consequência da pobreza ou da falta de quartos, considera-se fundamental para a educação correta da criança. As mães explicavam, por exemplo, que, para dizer a uma criança de 13 meses para não mexer em determinada coisa, bastava dizer-lhe «Não mexa, não é bom, pode fazer dodói» e a criança obedecia. Quando lhes explicávamos que as crianças norte-americanas dessa idade não compreendiam proibições ou que faziam mesmo o contrário, uma mãe maia sugeriu que essa era a consequência de as ter separado dos pais durante a noite.

3. A Natureza do Choro do Bebê


"Embora os recém-nascidos possuam uma gama de sinais vocais, os pais prestam mais atenção ao choro, provavelmente porque eles estão mais ligados aos sinais de desconforto - e porque o som, por si só, seja tão desconcertante.

O choro é claramente o pico mais alto do despertar de um bebê, numa escala que vai do sono profundo ao estado de alerta máximo.

O choro, de acordo com o especialista em vocalização infantil Peter Wolff, aparece como parte do comportamento do bebê dentro de meia hora após o nascimento e permanece estruturalmente consistente até entre o segundo e o sexto mês de vida, dependendo do bebê (depois disso, o repertório do choro expande-se). Neste ponto, 3 tipos de choro podem ser distinguidos:
- choro de raiva, quando um grande volume de ar passa pelas cordas vocais;
- choro de dor, quando começa subitamente, sem aumentar de forma gradativa e inclui longos períodos nos quais o bebê segura o fôlego;
- choro de frustração (os pesquisadores obtêm esse choro facilmente ao colocar uma chupeta na boca do bebê e retirá-la repetidamente).


Alguns pais percebem uma mudança no choro do bebê por volta de 3 meses. Muda de choro "expressivo", quando todos os choros parecem o mesmo, independentemente do problema, para um choro "comunicativo", mudando de acordo com a situação.

A mudança faz sentido porque um somatório de mudanças físicas e especialmente neurológicas acontecem no cérebro do bebê por volta dos 3 meses (sugerindo que bebês humanos nascidos a termo nascem na realidade 3 meses prematuros, segundo aspectos biológicos). Ronald Barr explica que o choro começa na vida como uma reflexão do estado do bebê e torna-se, através de aprendizado e reforço, mais uma questão de comunicação entre o bebê e as pessoas que cuidam dele.

Bebês também reclamam, o que é uma expressão arrítmica de infelicidade, um choro forçado que vem em pulsos, cheio de pausas e inalação de ar. Como qualquer pai e mãe sabem, reclamação, embora irritante, não é aquele berro desesperador e exigente.

Em média, um bebê ocidental chora 22 minutos por dia nas primeiras 3 semanas de vida e 34 minutos por dia até o final do segundo mês. O choro gradualmente diminui para 14 minutos por dia por volta de 12 semanas de vida. Esta curva do choro, com choros freqüentes durante as primeiras 8 semanas de vida e diminuição após as próximas semanas e meses é encontrada tanto em bebês ocidentais quanto nos bebês de tribos isoladas na África. Um estudo entre bebês coreanos não encontrou tal padrão.

Universalmente, bebês tendem a chorar mais no final da tarde do que em qualquer outra hora do dia.

No início da vida, os bebês choram por fome, necessidade de contato físico ou por frustração. As mães muitas vezes ouvem o choro de frustração como um "choro falso" porque o bebê não está com fome, nem há nada de errado com ele. Mas o fato é que NÃO EXISTE CHORO FALSO. O bebê está chorando por precisar de algum contato - interação pessoal e social, ou porque está entediado.

Alguns desses choros e vocalizações são claramente precursores da linguagem.

Por volta do segundo mês de vida, choro, reclamações e vocalizações (gritinhos) tornam-se sessões de treinamento vocal. Quando reclamando, principalmente, os bebês inventam sons novos. Logo tais vocalizações rapidamente se diversificam e o bebê começa a conduzir conversas privadas consigo mesmo, ouvindo a própria voz.

Quando os pais falam com o bebê usando voz infantilizada (e estudos mostram que isso é presente em todas as culturas), análises espectrográficas mostram que, embora os bebês não possam imitar os sons por muitos meses, desde os primeiros meses de vida eles tentam responder usando seu limitado repertório vocal. É importante falar com o bebê, parar e dar tempo para que ele possa responder.

Nas nações industrializadas ocidentais, os pais deduzem que o choro do bebê está primeiramente e essencialmente ligado à fome. De fato, algumas mulheres nessas culturas freqüentemente interrompem a amamentação e passam a dar leite artificial ao bebê porque acreditam que o choro excessivo significa que o bebê não está recebendo nutrição suficiente através do seio.

Pesquisadores sabem que o choro no início da vida tem uma amplo espectro de funções. Pode ser controlado por vários métodos e comida não é sempre a solução.

Nos anos 60, numa era em que pais americanos eram instruídos a deixarem seus bebês chorando, Wolff fez uma série de experimentos para descobrir o porquê de esses bebezinhos serem tão infelizes. Ele tentou dar uma chupeta para determinar se gratificação oral, sem nutrição, acalmaria um bebê aos berros. Funcionou. Ele depois testou uma série de bebês com fraldas molhadas. Ele punha fraldas secas em metade deles e molhadas na outra metade. Ambos os grupos eram acalmados e não pareciam ligar se a fralda estava molhada ou não. Wolff concluiu que os bebês simplesmente apreciavam o estímulo e a sensação física de estarem sendo trocados. Ele questionou a idéia de que os bebês choravam de frio. Testou e viu que os bebês colocados em berços frios choravam mais freqüentemente, indicando que o calor pode reduzir o choro.

Por fim, Wolff tentou a resposta clássica dos pais ao choro do bebê. Usou um grupo de bebês chorosos que haviam sido alimentados artificialmente através de sondas no abdome (por razões médicas) e alimentou-se até que estivessem com o estômago cheio. Esperou para ver se isso os acalmaria. Surpreendentemente, o estômago cheio não acalmou o choro dos bebês. Wolff descobriu também que simplesmente pegá-los no colo funcionava perfeitamente como uma forma de parar o choro, ainda que eles estivessem com fome e esperando a hora de serem alimentados. De forma geral, ele conclui, pegar um bebê no colo, oferecer a oportunidade de sugar ou alimentar o bebê (não pelo valor nutricional, mas pela chance de contato) funcionava melhor para acalmar o choro.

Como a maioria dos pais intuitivamente sabe, o choro não é somente um sinal de fome. Mesmo em recém-nascidos, o choro comunica muito mais - a necessidade de toque parece ser especialmente importante; e claramente um bebê choroso está comunicando seu estado interno e pedindo alguma mudança."


ALGUMAS SOLUÇÕES

"Uma vez que causas fisiológicas da cólica, como alergia ao leite ou obstrução intestinal são raras, os médicos muitas vezes sugerem mudanças comportamentais para ajudar os pais a lidarem com o choro excessivo do bebê. Os pediatras costumam sugerir alterar os horários das mamadas, embalar o bebê e mudar de posição. Eles sugerem distrair o bebê com sons ou imagens - passear de carro ou ligar uma música. E pesquisas mostram que algumas técnicas funcionam melhor que outras. Mais interessante é notar que alguns bebês acalmam-se mais facilmente que outrosA prática mais recomendada é sugar. E mesmo assim pesquisas mostram que a gratificação oral ou o estômago cheio não são fatores decisivos.

Uma série de estudos com macacos feitos por Harry Harlow mostrou que, tendo escolha, um bebê macaco infeliz escolhe o conforto de uma boneca coberta por tecido macio a uma boneca de metal que fornece leite e a chance de sugar.

O que parece funcionar melhor é o contato humano. Peter Wolff, há muito tempo, demonstrou que pegar um bebê no colo funciona melhor que qualquer outra coisa para acalmar o choro.

Em outro estudo, os pesquisadores Bell e Ainsworth mostraram com uma amostra de 26 bebês que a resposta rápida e consistente da mãe ao choro está associada com uma diminuição na duração do choro do bebê.

Hunziker e Ronald Barr fizeram um teste com bebês que eram segurados no colo por tempos diferentes para ver se isso tinha ou não influência no tempo de choro. Eles recrutaram um grupo de pais e de bebês e pediram que metade carregasse o bebê no colo pelo menos por 3 horas por dia, fora o tempo das mamadas. Os outros foram orientados a não segurar os bebês por mais tempo do que o de costume. Quando os bebês tinham 12 semanas de vida, as mães trouxeram as informações que anotaram nos seus "diários de choro". Os pesquisadores notaram que as mães-controle carregaram os bebês em média 2.7 horas por dia e as mães do teste que seguraram os filhos em média 4.4 horas por dia, um aumento de somente 1,7 horas diárias. Os diários de choro mostram que durante o período de pico de choro (8 semanas de vida), os bebês dos dois grupos choraram com a mesma freqüência, mas aqueles que ficaram no colo por mais tempo choraram 43% menos na duração de cada episódio de choro. A freqüência do choro era a mesma, mas a duração caiu quase pela metade.

Interessante notar que, quando o mesmo procedimento foi tentado com bebês já rotulados como tendo "cólica", não fucionou tão bem. Os bebês não choraram menos. Talvez ser segurado no colo por mais tempo tenha mais efeito quando ocorre desde o nascimento.

Embora o tipo de leite e o total de leite administrado não pareçam afetar dramaticamente o choro do bebê, o tempo da mamada e a forma como a mamada é feita parecem ser de extrema importância para contornar o choro.

Comparando membros da La Leche League, que consiste de mulheres devotadas à amamentação em demanda com um grupo de mães que seguem um esquema tradicional americano de amamentar por horários estabelecidos (com horas entre uma mamada e outra), Barr e seus colegas exploraram a possibilidade de que o tempo entre as mamadas pode ter um efeito no choro.

Observando os dois grupos em casa e através dos diários do choro (escritos pelas mães), Barr e Elias descobriram que os bebês mais quietos eram aqueles alimentados em curtos intervalos e cujas mães respondiam prontamente ao seu choro. Muito interessante é que efetiva é a combinação entre mamada e resposta e não somente mamada. Todos os bebês das mães que davam de mamar em intervalos curtos mas eram lentas ao responder ao choro choravam muito. Em outras palavras, não é só a disponibilidade constante do leite que faz um bebê feliz, mas uma mãe que está engajada e responde prontamente ao chamado dele.

O que os bebês mais precisam, ou o que parece diminuir seu choro, é um pacote de cuidados que coloque seu mundo em ordem. E alguns bebês parecem chorar mais alto que os outros quando seu mundo está fora de ordem."

8 fatos sobre o sono dos bebês que todo pai e toda mãe deveriam saber

Para melhor entender como tornar possível que você e seu bebê apreciem a hora de ir dormir e permaneçam dormindo, aqui vão alguns princípios do sono que todo pai/mãe recentes precisam entender.
1. Como você dorme - Depois de vestir-se ou despir-se para ir para a cama, a maioria dos adultos relaxa para o sono ao executar vários rituais noturnos: leitura, música, TV ou sexo. Quando você adormece, os centros elevados no cérebro começam a descansar, possibilitando a você entrar nos estágios de sono profundo chamados "não-REM" (REM da sigla em inglês para movimentos rápidos dos olhos), ou sono profundo (também chamado de sono tranqüilo). Sua mente e seu corpo estão mais tranqüilos durante esse estágio do sono. Seu corpo está parado, sua respiração está superficial e regular, seus músculos estão soltos e você está "chapado". Depois de uma hora e meia nesse estágio de sono tranqüilo, seu cérebro começa a "despertar" e começa a trabalhar, o que tira você do sono profundo, trazendo-o para o sono leve ou sono ativo, chamado de sono REM (movimento rápido dos olhos). Durante esse estágio do sono seus olhos realmente se movem sob suas pálpebras enquanto seu cérebro se exercita. Você sonha e começa a se mexer e talvez até arrume as cobertas sem estar totalmente acordado. É durante esse estágio do sono que você talvez acorde para ir ao banheiro, para depois retornar à cama e mergulhar num sono profundo. Estes ciclos alternados de sono leve e profundo continuam a cada duas horas ao longo da noite, então um adulto típico pode ter uma média de seis horas em sono tranqüilo e duas horas em sono ativo. Portanto, você não dorme profundamente a noite toda, embora talvez sinta como se dormisse.

Início do Sono

2. Como bebês iniciam o sono - Você está embalando, caminhando ou amamentando seu bebê e as pálpebras dele começam a fechar assim que ele adormece em seus braços. Os olhos dele fecham-se completamente, as pálpebras continuam a tremer e a respiração ainda é irregular. As mãos e braços estão flexionados, e ele pode se assustar, contrair os músculos e sorrir rapidamente, é o chamado "sorriso do sono". Ele talvez continue a sugar com a boca tremendo. Assim que você dobra seu corpo para colocar seu bebê "adormecido" no berço e tentar sair silenciosamente de perto, ele acorda e chora. Isso acontece porque ele não estava completamente adormecido. Ele estava ainda naquele estágio de sono leve quando você o colocou no berço. Agora tente novamente seu ritual noturno, mas continue por mais tempo (cerca de 20 minutos a mais). Você vai notar que o bebê pára de sorrir e de contrair-se; a respiração dele torna-se mais regular e superficial, os músculos completamente relaxados. Os punhos fechados abrem-se e os braços e pernas ficam pendurados como se não tivessem peso algum. Martha e eu chamamos isso de "membros bambos", um sinal de sono profundo. O bebê agora está num sono mais profundo, permitindo que você o coloque no berço e saia de perto, suspirando aliviado e satisfeito porque seu bebê finalmente está descansando confortavelmente.

LIÇÃO NÚMERO 1 PARA OS PAIS NA HORA DE DORMIR: Bebês precisam dos pais para dormir, não podem simplesmente ser postos para dormir. Alguns bebês podem ser colocados no berço sonolentos mas ainda acordados e cair no sono por si sós, outros precisam de ajuda dos pais, sendo embalados ou amamentados para dormir.

A razão é que, enquanto adultos podem geralmente ir direto para o estágio de sono profundo, bebês nos seus primeiros meses de vida caem no sono através de um período inicial de sono leve. Depois de 20 minutos ou mais eles gradualmente entram no sono profundo, do qual eles não são tão facilmente despertados. Como você provavelmente sabe por experiência própria, se você tentar apressar seu bebê para colocá-lo na cama enquanto ele ainda está no estágio inicial de sono leve, ele geralmente acorda. Muitos pais e mães me dizem: "Meu bebê precisa estar completamente adormecido antes que eu possa colocá-lo no berço." Em alguns meses, alguns bebês podem cair num sono profundo mais rapidamente, ultrapassando o longo estágio de sono leve. Aprenda a reconhecer os estágios de sono do seu bebê. Espere até que seu bebê esteja num sono profundo antes de mudá-lo de um lugar para outro, como da sua cama para o berço ou da cadeirinha do carro para cama/berço.

3. Bebês têm ciclos de sono mais curtos que você. Permaneça em pé ao lado do seu bebê adormecido e observe enquanto ele dorme. Cerca de uma hora depois que ele adormece, ele começa a se encolher, revira-se um pouco, suas pálpebras mexem, ele esboça um sorriso, sua respiração torna-se irregular, seus músculos contraem-se. Ele está novamente entrando na fase de sono leve. O tempo de transição entre sono profundo e sono leve é um período vulnerável durante o qual muitos bebês vão acordar se houver algum estímulo desconfortável ou irritante, como fome.
Se o bebê não acordar, ele permanecerá neste período de sono leve durante os próximos 10 minutos e retorna novamente para o sono profundo. Os ciclos de sono dos adultos (passagem de sono leve para profundo e depois de volta ao sono leve) duram em média 90 minutos. Os ciclos de sono dos bebês é mais curto, durando 50 a 60 minutos, então eles vivenciam um período vulnerável para acordar no meio da noite a cada hora ou até menos. Quando seu bebê entra no ciclo de sono leve, se você colocar uma mão carinhosa nas costas dele e cantar uma cantiga de ninar calma, ou somente permanecer ao lado do bebê se ele estiver na sua cama; você pode ajudá-lo a superar esse período de sono leve sem acordar.


LIÇÃO NÚMERO 2 PARA OS PAIS NA HORA DE DORMIR: Alguns bebês precisam de ajuda para adormecerem novamente.

Alguns bebês "auto-suficientes" podem superar o período vulnerável sem despertarem completamente e se eles acordam, eles podem retornar ao sono profundo sozinhos. Outros bebês precisam de uma mão carinhosa, uma voz ou o seio da mãe para retornar ao sono profundo. A partir destas diferenças únicas no ciclo de sono, aprendemos que um dos objetivos da atuação dos pais na hora de colocar os bebês para dormir é criar um ambiente que auxilie o bebê a superar o período vulnerável e retornar ao sono profundo sem acordar.

4. Bebês não dormem tão profundamente quanto você. Não só os bebês levam mais tempo para adormecer como também têm períodos vulneráveis para acordar com mais freqüência; eles têm duas vezes mais períodos de sono ativo ou leve que os adultos. À primeira vista, isso parece injusto com os pais cansados depois de um longo dia de cuidados com o bebê. Entretanto, se você considerar o princípio de desenvolvimento por trás da forma como os bebês dormem - ou não - por uma razão vital, pode parecer mais fácil para você compreender as necessidades do seu bebê na hora de adormecer e desenvolver um estilo de "hora de dormir" que ajude mais do que prejudique os ritmos naturais de sono do bebê. É aqui que aparecem os meus conflitos com os "treinadores de sono" modernos que recomendam uma variedade de técnicas e apetrechos para ajudar o bebê a dormir mais profundamente durante a noite - há um preço, e talvez, um risco.

Uma questão de sobrevivência

5. Acordar durante a noite traz benefícios à sobrevivência. Nos primeiros meses de vida, as necessidades do bebê estão no limite máximo, mas sua habilidade de comunicá-las é mínima. Suponhamos que um bebê permanece profundamente adormecido durante a maior parte da noite. Algumas necessidades básicas iriam permanecer não supridas. Bebês novinhos têm estômagos diminutos e o leite materno é digerido muito rapidamente. Se o estímulo de fome do bebê não o acordasse facilmente, isso não seria bom para sobrevivência dele. Se um nariz entupido e uma dificuldade respiratória, ou um ambiente frio o incomodassem e o estado de sono estivesse tão profundo que ele não pudesse comunicar tais necessidades, a sobrevivência dessa criança estaria em jogo.

Uma coisa que aprendemos durante nossos anos em pediatria é que bebês fazem o que fazem porque eles foram programados dessa forma. No caso do sono do lactente, pesquisas sugerem que o sono ativo protege os bebês. Imagine que seu bebê dormisse como um adulto, o que significaria o predomínio do sono profundo. Parece maravilhoso ! Para você, talvez, mas não para o bebê. Imagine que o bebê tivesse necessidade de calor, comida, ou uma via aérea desobstruída, mas porque ele estivesse dormindo tão profundamente ele não pudesse despertar e reconhecer ou agir para ter suas necessidades supridas. O bem-estar do bebê estaria ameaçado. Parece que bebês nascem programados com padrões de sono que possibilitam acordar em resposta a circunstâncias que ameaçam seu bem-estar. Nós acreditamos e pesquisas respaldam que os estágios freqüentes de sono REM servem ao melhor interesse psicológico dos bebês durante os primeiros meses, quando seu bem-estar está mais ameaçado.


LIÇÃO NÚMERO 3 PARA OS PAIS NA HORA DE DORMIR: Encorajar um bebê a dormir profundamente demais, cedo demais, pode não servir ao melhor interesse de sobrevivência e desenvolvimento do bebê. É por isso que novos pais, vulneráveis aos apelos dos "treinadores do sono" para conseguir que seus bebês durmam a noite, não devem se sentir pressionados a conseguir que seus bebês durmam por tempo demais, profundamente demais, cedo demais.

6. Acordar durante a noite tem seus benefícios em termos de desenvolvimento. Pesquisadores do sono acreditam que bebês dormem de forma mais "inteligente" que os adultos. Eles teorizam que o sono leve ajuda o cérebro a desenvolver-se porque este não descansa durante o sono REM. De fato, o fluxo sangüíneo até o cérebro quase dobra durante o sono REM. (Esse aumento de fluxo sangüíneo é particularmente evidente na área do cérebro que controla automaticamente a respiração). Durante o sono REM o corpo aumenta a sua produção de certas proteínas nervosas, os "tijolos" de construção do cérebro. Acredita-se que a aprendizagem também ocorra durante o estágio ativo de sono. O cérebro pode usar esse momento para processar informações adquiridas enquanto desperto, armazenando o que é benéfico ao indivíduo e descartando o que não é. Alguns pesquisadores do sono acreditam que o sono REM age para auto-estimular o cérebro em desenvolvimento, provendo imagens benéficas que promovem o desenvolvimento mental. Durante o estágio de sono leve, os centros mais elevados do cérebro permanecem operando, mas durante o sono profundo esses centros são desligados e o bebê é mantido através dos centros inferiores do seu cérebro. É possível que durante o estágio de crescimento rápido do cérebro (o cérebro dos bebês cresce até cerca de 70% do volume adulto durante os primeiros 2 anos), o cérebro precise continuar funcionando durante o sono para desenvolver-se. É interessante notar que prematuros passam ainda mais tempo do seu sono (aproximadamente 90%) em REM, talvez para acelerar o crescimento cerebral.

Como se pode ver, o período da vida quando humanos dormem mais e o seu cérebro se desenvolve mais rapidamente é também aquele em que eles têm o sono mais ativo. Certa vez, quando eu estava explicando a teoria do sono leve que desenvolve o cérebro dos bebês, uma mãe cansada de um bebê muito alerta deu uma gargalhada e disse "se isso é verdade, meu bebê vai ser muito inteligente".

7. À medida em que crescem, os bebês atingem a maturidade do sono. "Okay", você diz, "eu entendo o planejamento do desenvolvimento, mas quando meu bebê vai dormir durante a noite toda ?" A idade na qual os bebês se acomodam - o que significa quando eles adormecem rapidamente e permanecem adormecidos varia enormemente entre os bebês. Alguns adormecem facilmente, mas não permanecem adormecidos. Outros adormecem com dificuldade mas permanecem adormecidos. Outros bebês que provocam exaustão nem querem adormecer nem permanecem adormecidos.

Nos primeiros 3 meses de vida, bebezinhos raramente dormem por mais que 4 horas seguidas sem precisarem de uma mamada. Bebezinhos novinhos têm estômagos diminutos. Mesmo assim, eles dormem um total de 14-18 horas por dia. Entre 3 a 6 meses de idade, a maioria dos bebês começa a se acomodar. Eles estão acordados por períodos maiores durante o dia e alguns podem até dormir por 5 horas seguidas durante a noite. Entre 3 a 6 meses, esteja preparado para uma ou duas levantadas durante a noite. Você também verá que o período de sono profundo aumenta. Os períodos vulneráveis para acordar durante a noite diminuem e os bebês são capazes de entrar num sono profundo mais rapidamente. Isso é chamado maturidade do sono.

Hábitos de sono

LIÇÃO NÚMERO 4 PARA OS PAIS NA HORA DE DORMIR: Um fato importante a ser lembrado é que os hábitos de sono de seu bebê são mais um retrato do temperamento do seu bebê do que o estilo de seus pais colocarem-no para dormir. Tenha em mente que outros pais geralmente exageram quanto à quantidade de horas que os bebês deles dormem, como se isso fosse um distintivo de "bons pais", quando na verdade não é. Não é por sua culpa que o bebê acorda.


8. Bebês ainda acordam. Há uma variação entre os bebês sobre quando eles amadurecem para esses padrões de sono semelhantes ao de adultos. Entretanto, apesar de os bebês atingirem essa maturidade do sono entre a segunda metade do primeiro ano de vida, muitos ainda acordam. O motivo ? Estímulos dolorosos, como resfriados e dores da erupção dos dentes, tornam-se mais freqüentes. Acontecimentos importantes no desenvolvimento, como sentar, engatinhar, caminhar, levam os bebês a "praticarem" suas novas habilidades enquanto dormem. Então entre um e dois anos de idade, quando o bebê começa a dormir durante os estímulos para acordar acima mencionados, outras causas levam-no a acordar durante a noite, como ansiedade de separação e pesadelos.

Mesmo compreendendo o porquê de bebês terem uma tendência a acordar durante a noite, conclui-se que é importante tanto para pais quanto para os bebês terem uma noite de sono reparador, senão bebês, pais e seu relacionamento não vão vingar.

Quando aprendem a adormecer sozinhos, sem ajuda?

O ato de adormecer envolve um componente racional que o bebê ainda não tem. Quando ele tem sono, não associa aquele cansaço ao ato de dormir. Ele não é capaz de pensar: "agora vou ficar paradinho, fechar o olho e esse cansaço vai embora".

O sono humano se divide em estágios de sono leve, sono pesado, sono leve. Quando chega a etapa de sono leve, tanto bebês quanto adultos podem despertar. Um adulto, quando acorda de madrugada, pode virar de lado, cobrir-se e dormir ou pode levantar, tomar um copo de água ou ir ao banheiro. Esse adulto volta à cama e trata de dormir de novo porque sabe que é de madrugada e é hora de dormir. O bebê, quando acorda de madrugada, não tem esse componente racional e precisa ser ajudado para voltar a dormir.

Segundo o Dr. Sears, os bebês aprendem a dormir sozinhos entre os 2 e os 3 anos, que é quando o desenvolvimento neurológico do bebê permite esse tipo de racionalização.


CONCLUSÃO


Por que os bebês choram?

Há cerca de 1.5 milhões de anos, os ancestrais dos humanos caminharam em duas pernas pela primeira vez. Isso deixou os braços livres para realizar tarefas complexas e, com o tempo, a inteligência desenvolveu-se mais. A mudança para o bipedalismo significou que a pelve humana tornou-se mais estreita e, como as capacidades intelectuais aumentaram, o cérebro tornou-se maior. A solução evolucionária a respeito do parto foi fazer com que o bebê humano nascesse muito imaturo, porque de outra forma a cabeça grande não passaria pelo canal estreito da pelve materna. Esta imaturidade significa que os bebês humanos precisam completar grande parte do seu desenvolvimento fora do útero. Sigmund Freud estava certo quando disse que o bebê humano chega ao mundo “inacabado”. Você precisa pensar no seu recém-nascido como um “feto fora do útero”.

Sim, seu bebê é imaturo. Sim, ele é muito sensível. Sim, ele é muito vulnerável ao estresse.

Seu bebê vai chorar por muitas razões. Ele vai chorar porque está cansado ou faminto ou muito estimulado por demasiada distração dos adultos. Ele passa facilmente de um estado de medo do perigo ou choque – choque se o ambiente está muito claro, muito frio, muito quente, muito hostil, muito agitado. A amídala na parte inferior do cérebro, que funciona como um detector de provável perigo funciona perfeitamente a partir do nascimento.

Imagine o mundo do bebê. Como ele pode saber que aquele liquidificador barulhento não é um predator que virá atacá-lo? Como ele pode lidar com o estresse de ser despido e mergulhado na água quando você o coloca no banho?


A princípio, pode ser difícil descobrir o que o choro significa

Com o tempo, você será capaz de decifrar os choros cada vez com mais precisão. Você aprenderá, por exemplo, diferenciar um choro de fome de um choro de cansaço. Tendo dito isso, haverá ocasiões em que você não saberá o porquê do choro. Isso não importa. O que importa é que você acalme seu bebê e que você tenha consciência mental e emocional para ouvir o choro e considerar seriamente o pânico e a dor do seu filho.

Por quanto tempo esta choradeira persiste?


Os três primeiros meses são geralmente os piores. O choro costuma ter um pico quando o bebê está entre 3 e 6 semanas de vida e depois diminui por volta de 12 a 16 semanas. Sheila Kitzinger sugere que o choro diminui por volta dessa idade porque é quando os bebês são mais móveis e podem segurar objetos, brincar com eles, então eles não mais choram por tédio ou frustração.

Bebês mais velhos e crianças entre 18 meses a 4 anos ainda choram quando estão com frio, com fome, cansados, doentes, embora o choque neste mundo tenha dramaticamente diminuído. Mas eles são inundados de sentimentos novos. Eles sofrem com os episódios de pânico pela ansiedade de separação e tornam-se cada vez mais claros a respeito dos seus gostos e desgostos, sobre o que os amendontra e o que os desagrada. Na criança pré-verbal, o choro geralmente significa “não”. “Não, eu não quero que você me tire do seu colo, faz com que eu fique em pânico”. “Não, eu não quero ir no colo de um estranho, eu estava tão bem nos seus braços.” “Não, eu detesto como este casaco arranha minha pele”.

Toda esta resposta de pânico significa altos níveis de substâncias químicas inundando o cérebro do bebê

Estas substâncias químicas não são por si sós perigosas, mas é um caso diferente se elas permanecem circulantes no cérebro por períodos prolongados de crises de choro e ninguém considera seriamente o pânico do bebê e oferece-lhe conforto. Distanciar-se emocionalmente do estresse da criança, não importa o que dizem os livros sobre treinamento para o sono – ou até pior, responder com raiva ao choro do bebê (embora algumas vezes você sinta assim) – nunca é apropriado.

Choro Prolongado

Vamos deixar claro – não é o choro por si só que pode afetar o desenvolvimento do cérebro do bebê. Não é. É o estresse prolongado, ignorado, não confortado. Então não estou defendendo que você corra para o seu filho assim que o lábio inferior comece a tremer ou após um curto protesto de choro que dura poucos minutos (talvez porque ele não tenha recebido sua bala favorita). O choro prolongado é aquele que qualquer pai e mãe sensíveis (ou qualque pessoa que seja sensível à dor alheia) irá reconhecer como um pedido desesperado de ajuda. É o tipo de choro que dura e eventualmente pára quando a criança está completamente exausta e cai no sono ou, num estado de falta de esperança, deduz que a ajuda nunca chegará.

Se um bebê é deixado chorando com frequência, o sistema de resposta ao estresse no cérebro pode ser afetado para o resto da vida

Existem muitos estudos científicos em vários locais do mundo mostrando como estresse no início da vida pode resultar em mudanças negativas no cérebro do bebê. Uma criança que é abandonada chorando por longos períodos pode desenvolver um sistema de resposta ao estresse que seja super sensível e que vai afetá-la para o resto da vida. Isso pode significar que muito frequentemente a percepção dela sobre o que está acontecendo à sua volta será permeada por um senso de ameaça e ansiedade, mesmo quando tudo está perfeitamente seguro.

Um bebê pode manipular ou controlar os pais através do choro?

Pais podem se perguntar se o bebê deles está usando o choro para manipulá-los, especialmente quando ouvem comentários dos seus amigos e parentes bem intencionados, como “Simplesmente o deixe chorar. Ele está tentando controlar você. Ceda agora e ficará arrependido depois.” Nós agora sabemos que isso é impreciso em termos neurobiológicos.

Para controlar um adulto, um bebê precisa do poder de pensamento claro e, para isso, ele precisa da substância química cerebral glutamato trabalhando bem nos seus lobos frontais. Mas o sistema de glutamato não está apropriadamente estabelecido no cérebro do bebê, então isso significa que ele não é capaz de pensar muito acerca de coisa nenhuma, que dirá manipular os pais.


Alguns pais ficam alheios à dor do filho, e escutam o choro como “é só um choro”. Isso pode ser resultado da forma como foram criados. Uma vez que ninguém respondeu quando eles eram bebês, eles são agora incapazes de sentir o desconforto do filho.

O que está acontecendo no cérebro do bebê?

Pais responsáveis nunca deixariam um bebê numa sala cheia de fumaças tóxicas que poderiam danificar o cérebro da criança. Ainda assim, muitos pais deixam seu bebê num estado de estresse prolongado, desassistido, desconhecendo que ele está sob risco de níveis tóxicos de substâncias químicas inundarem seu cérebro.

Gerações antigas deixavam o bebê chorando porque acreditavam que “exercitava os pulmões”, sem a menor idéia do quão vulnerável ao estresse é o cérebro de um bebê. Num bebê que chora, o hormônio do estresse cortisol é liberado pelas glândulas adrenais. Se a criança é confortada e acalmada, o nível de cortisol diminui novamente, mas se a criança é deixada chorando, o cortisol permanece alto. Isso é uma situação potencialmente perigosa, porque depois de um período prolongado, o cortisol pode atingir níveis tóxicos que podem danificar estruturas-chaves e sistemas no cérebro em desenvolvimento. O cortisol é uma substância química que pode permanecer no cérebro em altos níveis por horas e, em pessoas clinicamente deprimidas, por dias ou até semanas.

Tabela de Sono dos Bebês

Recém-nascido: 1 Semana
- Bebê dorme bastante, 15-18 horas/dia
- Geralmente em intervalos de 2-4 horas
- Não há padrão de sono

2 a 4 semanas
- Sem tabela de horários, permita que o bebê durma quando precisa
- Bebê provavelmente não dormirá por periodos longos à noite
- O maior período pode ser de 3-4 horas


Tempo total de sono para diversas idades.


5 a 8 semanas
- Bebê está mais interessado em brinquedos e objetos
- O maior período de sono começa a aparecer regularmente nas primeiras horas da noite
- O período mais longo é de 4-6 horas (menos se tem cólicas)
- O bebê "fácil" tem períodos mais regulares
- Ponha-o para dormir aos primeiros sinais de cansaço
- Ponha-o pra dormir: não mais que 2 horas acordado
- Após acordar pela manhã já está pronto para soneca somente 1 hora depois
- O bebê vai se distrair mais facilmente, então precisa de um lugar quieto pra dormir
- Crie uma rotina de atividades que acontecem antes de cada soneca e da hora de dormir à noite
- Sinais de extrema fadiga: irritável, puxa o próprio cabelo, bate na própria orelha

3 a 4 meses
- A necessidade é maior de um lugar calmo e quieto para dormir, pois o bebê se distrai mais facilmente
- Não deixar o bebê acordado por mais de 2 horas (alguns agüentam somente 1 hora)
- 6 semanas de vida é quando o período de sono mais longo deve ser preferencialmente à noite (não de dia)
- O maior período de sono é somente de 4-6 horas
- Comece a colocar o bebê para dormir antes dele começar a ficar irritado ou sonolento

4 a 8 meses
- O sono do bebê se torna mais como o do adulto, com período inicial de não-REM
- A maoria acorda entre 7 da manhã, mas geralmente entre 6-8.
- Se o bebê acordar antes das 6 é bom colocar para dormir após mamar e trocar a fralda
- Não é possível mudar a hora que o bebê acorda de manhã colocando-o para dormir mais tarde
- Comidas sólidas antes de dormir tambem não resultam em acordar mais tarde
- O período acordado de manhã deve ser de cerca de 2 horas para bebê de 4 meses e 3 horas para bebês de 8 meses
- Então a soneca da manhã é por volta das 9 horas para a maioria
- Tenha um período tranqüilo e quieto, parte da rotina de dormir, com duração máxima de 30 minutos. Essa rotina deve começar 30 minutos ANTES do fim do período que o bebê fica acordado
- Um soneca só é restauradora se é de 1 hora ou mais, algumas vezes 40-45 minutos conta, mas 1 hora ou mais é o ideal
- Conte com outra soneca após 2-3 horas acordado
- Evite mini-sonecas no carro ou parque
- Não deixe o bebê tirar uma sonequinha para compensar uma soneca perdida
- Se o bebê tira a soneca quando deveria estar acordado, bagunça a rotina acordado/dormindo
- A Segunda soneca é geralmente entre meio-dia e 2 da tarde (antes das 3)
- Deve durar 1-2 horas
- Uma terceira soneca poderá ou não ocorrer, se ocorrer será entre 3-5 da tarde e geralmente bem rápida
- A terceira soneca desaparece por volta dos 9 meses de idade
- A hora de dormir ideal é entre 6-8 da noite, decida pelo quanto a criança está cansada
- Empregue uma rotina antes da cama com a mesma seqüência de eventos toda noite, assim a criança começará a predizer o que vem a seguir, ou seja, o sono
- A criança poderá acordar de 4-6 horas depois para mamar, algumas estarão com fome mas outras vão dormir direto, depende do indivíduo
- Uma Segunda mamada podera’ ocorrer por volta de 4-5 da madrugada,


9 a 12 meses
- A maioria dos bebês dessa idade realmente precisam de 2 sonecas/dia com duração total de 3 horas de sono
- Por o bebê pra dormir à noite mais cedo permitirá que ele durma até mais tarde de manhã (em alguns casos não )
- Rotina usual: acorda às 6-7 da manha, soneca da manhã 9:00, soneca da tarde 1:00 (antes das 3 pra não atrapalhar com o sono da noite), dormir à noite entre 6-8 pm
- Se o bebê que dormia à noite toda começar a acordar, tente antecipar a hora de dormir gradualmente de 20-20 minutos.

12 a 21 meses (1 ano a 1 ano e 9 meses)
- Muda de 2 sonecas para 1 soneca/dia, total duração de sono 2 horas e meia
- Se a mudança para 1 soneca é difícil, tente por na cama mais cedo, a criança poderá tirar 2 sonecas num dia e 1 no outro até estabilizar

21 a 36 meses (1 e 9 meses a 3 anos)
- Maioria das crianças ainda precisam de uma soneca
- Em média a soneca é de 2 horas mas pode ser entre 1-3 horas
- Maioria das crianças dormem entre 7-9 da noite, acordam entre 6:30-8 da manhã
- Se a soneca não aconteceu, é preciso por na cama mais cedo ainda
- Se a criança não dorme bem durante a noite, não permitir que a criança tire a soneca pode ser problemático, causar extrema fadiga
- Se a criança acorda entre 5-6 da manhã, e está bem descansada, pode-se tentar encorajar mais sono com cortinas escuras
- Ir pra cama mais cedo pode resultar em acordar mais tarde de manhã (sono traz mais sono, na maioria dos casos)

3 a 6 anos
- A maioria ainda vai dormir entre 7-9 da noite, acorda entre 6:30 e 8 da manhã
- Aos 3 anos a maioria das crianças precisam de 1 soneca todos os dias
- Aos 4 anos, cerca de 50% das crianças tiram soneca 5 dias/semana
- Aos 5 anos de idade, cerca de 25% das crianças tiram soneca 4 dias/semana
- Aos 6 anos de idade as sonecas geralmente desaparecem
- Aos 3 e 4 anos a soneca dura 1-3 horas
- Aos 5 e 6 anos a soneca dura entre 1-2 horas

7 a 12 anos
- A maioria das crianças de 12 anos vão dormir entre 7:30 e 10 da noite, na média 9 da noite. A maioria dorme 9-12 horas/noite.
- Muitas crianças de 14-16 anos agora precisam de mais sono que quando eram pré-adolescentes para manter a atividade ótima e serem alertas durante o dia.




FONTES:
Dunstanbaby
Grupo Virtual de Amamentação
Dr. Carlos González
Dra. Jennifer Goldbronn
Meredith F. Small
Dr. Sears
Bel Kock-Allaman
Marc Weissbluth

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